1. |
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as canções mais belas
(F E F G Dm)
voz e guitarra
as canções mais belas são
fruto de outro poema
sem as rédeas da medida
mas com o mesmo problema
as canções mais belas são
fruto de outro problema
sem as rédeas da medida
mas com o mesmo poema
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2. |
que som tinha o sono
02:45
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que som tinha o sono
vozes, acordeão, tambor
que som tinha o sono?
não sei que som tinha
este peixe, a espinha
esta carne, o osso
que som tens, que ouço?
não sei que som tens
esta pele, o pelo
este gato, novelo
que som é, podes vê-lo?
não sei que som é
este canto, o corpo
esta luz, o timbre
esta cor, ferramenta
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3. |
the snow
01:41
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the snow
poema de Clifford Dyment
(antologia de poesia inglesa)
Cm/F
Eb/Bb/Ab/Cm
voz, piano
in no way that I choose to go
could I escape the falling snow
I shut my eyes, wet with my fears
the snow still whispered in my ears
I stopped my ears in deaf disguise
the snow still fell before my eyes
snow was my comrade, snow my fate
in a country huge and desolate
my footsteps made a shallow space
and then the snow filled up the place
and all the walkin I had done
was on a journey not begun
I did not know the distance gone
but I resolutely travelled on
while silently on every hand
fell the sorrow of the land
and no way that I choose to go
could lead me from the grief of snow
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4. |
che tempo fa
02:20
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che tempo fa
(programa de metereologia italiano)
voz e guitarra (+ efeito com fio)
F#m/Em
Abm
Db (+E+G)
que tempo faz
na planície bruta?
o que é que se ouve
se ninguém escuta?
o silêncio na cabeça
mas o tempo tem pressa
a resposta urgente
cantas interiormente
quanto tempo passou
desde que o mundo mudou?
o que é que se escuta
quando ninguém luta?
há vergonha no corpo
e ficas todo
todo partido
che tempo fa
ontem amanhã já
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5. |
no café sonho
02:42
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no café sonho
(num café em benfica)
guitarra, vozes, berimbau, xilofone
F/G A/F
no café sonho
ali pra benfica
faz pela vida
entorna a bica
no café sonho
não há futuro
mas há a bola
que tem o furo
no café sonho
os homens lêem
as coisas olham
as coisas vêem
no café sonho
e tu também
o telefone apita
é a tua mãe
no café sonho
há poucos bolos
mas há dois queques
para dois tolos
no café sonho
no café sonho
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6. |
leva-leva da cidade
02:39
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leva-leva da cidade
vozes
à procura dum trabalho
levanta o computador/ cala-me o despertador
apanhar o autocarro
debaixo da terra há mais calor
não dá bem pra respirar
tanto fumo nessa rua
todo o dia a levantar
onde é que se vai cruzar
esta linha com a tua
onde é que se vai puxar
puxa-se em qualquer lugar
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7. |
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conservar em local seco e fresco
Am/G
guitarra, voz, bolacha, pacote de plástico e flauta percutida
a frase título em várias línguas, como no pacote de bolachas
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8. |
pós-lixado
03:08
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pós-lixado
guitarra, guitarra (baixo), órgão casio, tambor, pratos, som de chuva
C#m/F#/Am/E
as paredes já foram removidas
agora sim
começa o novo ciclo com dores de salto
cansaços antigos
logo agora uma dor moderna
com tudo o que isso significa de lixado
claro que agora estamos no pós-lixado
mas eu não me conformo
às formigas nas mãos cigarras na cabeça
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9. |
palavra amiga
00:52
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palavra amiga
vozes, chuveiro
palavra amiga
convocando as estrelas
para a constelação silenciosa
o café avisa
o dia das maçãs
o pão vai ficar duro
as palavras ásperas
moldadas pelo rio
substituem as pedras
e tu pegas numa
redonda e resistente à mentira
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10. |
amanhã é dia
02:11
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amanhã é dia
casio, voz (G)
amanhã é dia
de vir ao mundo num berro
hoje tem amanhã dentro
e eu entro e eu entro e eu entro e eu entro e eu entro
hoje há uma pedra solta
do muro de ontem
pego nela lucidamente
e voa tão longe tão alto que se levanta
(será o planeta orgulhoso
da minha mão)
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11. |
preciso da flecha
02:23
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preciso da flecha
guitarra, vozes, água e copos
(em cada chefe se entrega, de mão beijada, a igualdade)
preciso da flecha
desejo o mar
envio a carta
para não mandar
e baixo os olhos
e vejo o estrume
abrindo o corpo
fazendo lume
e não me mexo
para fingir que estou
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12. |
new project
01:45
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new project
vozes
please wait
new project
now loading
now wait
please project
new loading
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13. |
alcalina
01:52
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alcalina (instrumental)
batidas casio e piano casio
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14. |
um buraco um guindaste
03:35
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um buraco um guindaste
voz, casio
um buraco muito fundo
até ao centro da terra
até ao centro do mundo
um guindaste muito grande
maior do que aquela torre
maior do que o elefante
um vazio muito largo
daqui até ao pontão
daqui até ao mar alto
uma alavanca de ferro
uma alavanca de ferro
forte como a coragem
forte como este erro
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15. |
transporte público
03:12
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transportes públicos
guitarra acompanhamento, 2vozes, guitarra solo
"move a little bit to the back, come on, show a little love" (autocarro)
"mesmo que esteja carregadinho de fome
se não estiver dopado
não tenho coragem de vos pedir caridade" (metro de Lisboa)
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16. |
um quadro com moldura
01:56
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um quadro com moldura (sonho)
lamiré, percussões, guitarra eléctrica, voz
eu levava as placas do jogo azul
e passava nas ruínas dentro do castelo
e na rua vermelha onde um dia nos zangámos
havia uns tipos que só queriam chatear
umas bolas, uma espécie de bolas
e as placas não se seguravam bem
um quadro com moldura
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17. |
inauguração
03:02
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inauguração
guitarra, vozes, tambor, clavas, casio órgão e casio marimba
quando os homens forem árvores
e fizerem o pino mais vezes
as dúvidas vão-se dissipar
e vão entrar na máquina do tempo
com mil milhões de ratos
quando os ratos voltarem aos buracos
nós vamos sair
encontraremos campos negros
para a mão semear com braços de árvore
e ramos de absinto
quando a guerra acabar
vou comprar uns calções para ir jogar com os meus amigos
ao jogo do quereres
e o conflito será livre
e saboroso
quando o aberto
estiver presente
as faltas
hão de ser
vidas
quando o teu amor
mudar de nome
as lições vão ser de novo
inesperadas
e aquáticas
quando as mulheres puderem ser
o que têm medo de ser
e o objecto não esmagar
a nossa mão inteira
então tudo será mais de metade
quando a gente carregando os tronos
tirar os quatro pés ao mesmo tempo
os ratos vão devolver o queijo
e não restam dúvidas
o que vai a gente inaugurar
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18. |
canção de arrumar
03:50
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canção de arrumar
casio, voz, clavas, prato
improviso voz e órgão em ré menor/maior
pôr o lixo lá fora
ponho o saco novo à porta
dobro a camisola vermelha
empilho primeiro
depois na gaveta
deitar o desenho fora às vezes custa
então pendura-se ou cola-se
que também é arrumar
agora vou levar e despejar o cinzeiro
é preciso um dia inteiro
fazer a cama
já não é preciso o cobertor
agora vou arrumar a dor
outra vez recomeçar a arrumar
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19. |
pode repetir
00:56
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pode repetir
vozes
e se uma pessoa não tiver tempo, pode repetir
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20. |
chialka
02:23
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chialka
duas guitarras, voz
maneja a fisga como ninguém
dorme seis horas por dia
no tempo dos grandes combates
ela dormia quando podia
sabotou as máquinas de guerra
juntou os cacos da revolta
nunca amou a guerra
lúcida e livre
fez abalar as estruturas
e mostrou o que estava vivo e o que estava morto
escavou as horas e os abrigos
mostrou aos construtores as fissuras da muralha
ela ajudou a escaqueirar os relógios
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21. |
good evening
02:18
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good evening (instrumental)
clarinetes, guitarra, pandeireta, tampa
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22. |
porquê viver de dia?
03:04
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porquê viver de dia?
2 guitarras, vozes, piano, flauta
porquê viver de dia?
para não gastar electricidade
sonhados, vividos, por viver
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23. |
every hand
02:13
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every hand
(excerto do poema «Heaven» de Woody Guthrie)
piano, voz
every hand works in hand with the other and not for power nor greed
every hand works to its fullest ability and is paid in its deepest of needs
(...)
I know as you ear such a dream, friend, you will not pass it along
I do not expect you to sing as I do, nor to sing such a curious song
I wrote down this song for my own self and I sing it now to my own soul
but if you'll sing songs of your dreamings then you will reap treasures untold
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24. |
paguei as contas
01:19
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paguei as contas
guitarras, percussão, vozes
paguei as contas, sim
fechei a porta, sim
trouxe as chaves, sim
enviei o formulário, sim
preenchi a agenda, sim
levei o lixo, sim
lavei a roupa, sim
comi, sim
dormi, sim
pus o despertador
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25. |
nos dias pares
01:55
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nos dias pares
piano e voz
nos dias pares
tens a certeza
se duvidares
nos dias ímpares
nos dias grandes
tens a leveza
se forem amenos
os dias pequenos
nos dias ágeis
tens a beleza
se houver mostrengos
nos dias trengos
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pedro e pedro Lisbon, Portugal
Pedro&Pedro começou com o projecto «365 - uma canção por dia», realizado entre julho de 2015 e junho de 2016. O Pedro Rodrigues já fazia música antes e continuou a criar canções e outras coisas sonoras consigo próprio desde então. Aqui se encontra de tudo isso. ... more
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