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as horas t​ê​m insectos

by pedro e pedro

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1.
the first song voz, guitarra the first song
2.
as horas têm insectos piano, vozes, percussão, berimbau As horas têm insectos que os despertadores desconhecem e os homens saem da rua - instala-se o frio até que a Primavera conte até dez As horas têm mosquitos e os minutos formigas e as formigas segundos - e eu nada
3.
dom sebastião e mariana alcoforado (poema da maria josé, que sabe quem é)
4.
às vezes existo (não me sei alimentar de ódio) piano, voz não me sei alimentar de ódio por isso definho na cidade cinzenta e às vezes existo existo muito, existo demais há correspondência com a tua linha mas eu continuo e como e morro existo
5.
reconquistar el poder vozes, percussões várias, guitarra, discos (+voz de Salvador Allende), flauta, harmónica-lamiré
6.
aprendi isso com as crianças (excerto de João Esteves da Silva, do livro «A arte de perder tempo») melódica, clarinete, guitarra
7.
começava agora piano e vozes começava agora uma aventura de manhã que consistia em ver o dia com olhos de rio nariz de mar ser peixe e não se deixar pescar ser melro depois no jardim sim sim sim deixar a noite descansar
8.
lucro 03:28
lucro é lucro, é lucro, é lucro e o lucro é sagrado o mercado a comandar liberalismo a bombar é lucro, é lucro, é lucro e o lucro é sagrado avé césar ao mercado e o banqueiro a comandar patentes, patentes, patentes lucrrro
9.
chaves da luz poema de Adounis melódica, guitarra, voz tornas-te mais lúcido do que és à escuta da natureza lês a poesia da vida à vida que lê a poesia do homem a terra é um corpo a montanha um antepassado o rio uma veia a floresta música e as estrelas saem para dançar os pássaros para ouvir e cantar e as sombras levam as chaves da luz
10.
reaprender a brincar (João Esteves da Silva, de «A arte de perder tempo») guitarra, melódica, voz, nariz palhaço, percussão pernas, prato
11.
nus aqui estamos (poema de Mário Dionísio, 79 de «Memória de um pintor desconhecido») guitarra, vozes Nus aqui estamos perante as carabinas da cegueira que de nossa pobreza alimentamos De que cor pintar esta bandeira que entre ruínas hasteamos? Terá cor a ânsia verdadeira quando mal dói a dor de que falamos? É de insânia a fogueira em que lenta e lentamente nos queimamos Miseramente aí nos instalamos E com isso uns e outros simulamos a tal marcha heróica e derradeira em que não vamos
12.
aprender, aprender sempre (instrumental) guitarras, melódica, isqueiro, percussões
13.
êxito 01:54
êxito (citação de Antoni Tapiès) piano, voz «A ideia de êxito está hoje ligada às ideias de vedetismo, de glorificaçâo comercial, de aplauso, coisa que não parece nada adequada a uma terminologia de questões estéticas.»
14.
o que deixei por ti (poema de rafael alberti – tradução de joão rodrigues)
15.
n'est il pas un jeu piano, voz Db (citação de uma das fichas de Sara & André) «n'est il pas un jeu entre tous les hommes de toutes les époques?»
16.
Down among the dead men (letra na nova versão de William Morris, porque esta "drinking song" é mais antiga; foi incluída no seu «Chants for Socialists», de 1885) vozes, guitarra, copos Come, comrades, come, your glasses clink; Up with your hands a health to drink, The health of all that workers be, In every land, on every sea. And he that will this health deny, Down among the dead men, down among the dead men, Down, down, down, down, Down among the dead men let him lie! Well done! now drink another toast, And pledge the gath'ring of the host, The people armed in brain and hand, To claim their rights in every land. And he that will this health deny, Down among the dead men, down among the dead men, Down, down, down, down, Down among the dead men let him lie! There's liquor left; come, let's be kind, And drink the rich a better mind, That when we knock upon the door, They may be off and say no more. And he that will this health deny, Down among the dead men, down among the dead men, Down, down, down, down, Down among the dead men let him lie! Now, comrades, let the glass blush red, Drink we the unforgotten dead That did their deeds and went away, Before the bright sun brought the day. And he that will this health deny, Down among the dead men, down among the dead men, Down, down, down, down, Down among the dead men let him lie! The Day? Ah, friends, late grows the night; Drink to the glimmering spark of light, The herald of the joy to be, The battle-torch of thee and me! And he that will this health deny, Down among the dead men, down among the dead men, Down, down, down, down, Down among the dead men let him lie! Take yet another cup in hand And drink in hope our little band; Drink strife in hope while lasteth breath, And brotherhood in life and death; And he that will this health deny, Down among the dead men, down among the dead men, Down, down, down, down, Down among the dead men let him lie!
17.
primavera nos dentes (poema de joão apolinário de Morse de Sangue) piano e vozes e metrónomo quem tem consciência pra ter coragem quem tem a força de saber que existe e no centro da própria engrenagem inventa a contra-mola que resiste quem não vacila mesmo derrotado quem já perdido nunca desespera e envolto em tempestade decepado entre os dentes segura a Primavera
18.
adeus, linha da árvore piano, vozes adeus, linha da árvore até já, quem sabe... bifurca aqui mesmo contra o destino o movimento essencial e é claro que os passos se afastam escuta, ouves? afastam-se os passos é aqui que começa a viagem mais longa a viagem que vale a pena aqui começa
19.
the last song guitarra, voz the last song the last song the last song tomorrow tomorrow another one

about

«As horas têm insectos» é um dos discos resultantes de «365 - uma canção por dia». A canção «adeus, linha da árvore» foi acrescentada.

credits

released May 19, 2022

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pedro e pedro Lisbon, Portugal

Pedro&Pedro começou com o projecto «365 - uma canção por dia», realizado entre julho de 2015 e junho de 2016. O Pedro Rodrigues já fazia música antes e continuou a criar canções e outras coisas sonoras consigo próprio desde então. Aqui se encontra de tudo isso. ... more

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