We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

quando n​ã​o temos palavras

by pedro e pedro

/
  • Streaming + Download

    Includes high-quality download in MP3, FLAC and more. Paying supporters also get unlimited streaming via the free Bandcamp app.
    Purchasable with gift card

      name your price

     

1.
de repente 00:41
de repente a qualquer hora quando ainda urge nunca o tempo cessa devagar depressa já outrora ontem hoje amanhã nunca antes que depois de agora jamais doravante cedo ou tarde breve compasso de espera enfim sempre
2.
hope 03:33
24. Hope, showers that twitter Out of the heated day, Though life made my heart bitter Yet I keep thee alway. Come, like a breeze that brings Scent from out of the sun, Come, like the sound of wings When the spring hath begun. Though, like a scent, thou pass, Though, like a breeze, thou fade, Yet what I hoped for was Somehow while the dream stayed
3.
para um rato 04:57
«Para um rato» Ao incomodá-lo no seu ninho com a o arado, Novembro de 1785 Lustroso, pequenino, timorato, animalzinho encolhido, porque invade o pânico o teu peito? Porquê fugir tão depressa, tão audaciosamente, num repente desvairado quando eu jamais pensaria ir atrás de ti com um arado assassino! Lamento sinceramente que o poder do Homem tenha quebrado o equilíbrio social da Natureza, e provocado o sentimento negativo que te provoca um sobressalto, quando eu sou teu pobre irmão terrestre e teu companheiro de desgraça! Não tenho dúvida de que algumas vezes roubas; Mas que tem isso, amigo? Tu tens de sobreviver! Uma espiga de milho transviada é uma pequena dádiva; é uma bênção ter uma perda assim; é uma coisa que não quero perder! A tua casinha jaz arruinada, Paredes frágeis espalhadas ao vento! Agora nada resta para construíres uma nova de verde musgo pois os ventos de Dezembro, que aí vêm, sopram já fortes e insistentes! Viste os teus campos ficarem vazios e gastos com o duro inverno a aproximar-se veloz, e aqui aconchegado, por baixo da ventania, julgaste poder habitar, até que tráz! o arado cruel passou mesmo por cima do teu ninho! Aquele frágil amontoado de folhas e restolho Custou-te tantas fatigantes mordidelas! Agora és expulso, apesar de todas as canseiras, Sem casa e sem segurança, E suportarás o gotejar gelado do inverno E o frio da geada! Mas, amigo rato, tu não estás só Ao viver uma vã esperança: Os melhores planos dos ratos e dos homens São frequentemente frustrados, E deixam-nos sós com o sofrimento e a dor, Em vez da prometida felicidade! Mesmo assim, amigo, és mais abençoado que eu! Pois só os perigos do momento te fazem fugir: Mas, oh! Deus! eu vejo perseguindo-me Ameaçadoras e tristes perspectivas! Porque nós humanos adivinhamos e tememos, E conseguimos prever o que aí vem!
4.
tolos 03:56
ah, meus amigos estes tolos são os nossos senhores senhores de tolos?, direis vós sim, é verdade deixemos então de ser tolos e eles deixarão de ser os nossos senhores são estas então as últimas palavras do meu sonho de futuro só deixaremos de ser tolos quando deixarmos de ter senhores só deixaremos de ser tolos quando deixarmos de ter senhores só deixaremos de ser tolos quando deixarmos de ter senhores só deixaremos de ser tolos quando deixarmos de ter senhores
5.
melros 01:41
os melros em Zanzibar deixam-se aproximar...
6.
A citação completa da frase final da carta (na tradução inglesa) é: «For our part, it is our task to drag the old world into the full light of day and to give positive shape to the new one. The more time history allows thinking mankind to reflect and suffering mankind to collect its strength the more perfect will be the fruit which the present now bears within its womb.»
7.
Epílogo dos homens de ciência poema de Bertolt Brecht (de «A vida de Galileu», tradução de Paulo Quintela) E como ele a obra começou Connosco ela avançou e avançou, De corpo curvado e ânimo elevado Ilimitado e sempre aperreado. Comandando as constelações, Genuflectindo ante as autoridades, Levamos à feira nossas lucubrações Pra matar dos nossos corpos as necessidades. Assim, desprezados só pelos de cima E escarnecidos pelos debaixo frequentemente, Descobrimos as fórmulas a que se arrima Dos mundos o conjunto indiferente. Cada dia maior se faz nosso saber E cada vez mais são os servidores. A verdade fez-se um petisco de apetecer E esbirros os redentores. Nos novos caminhos de ferro Que levam aos portos dos navios novos, Para os servir só escravizadores E de escravos inteiros povos. E voam em esquadrões Nos novos aviões Pela idade azul dos céus e seus fulgores. Pois dedicam, cobardes, à escarificação De toda a humanidade a sua criação, Até que a última tudo revira Até que a gnómica, Branca, atómica A eles e a nós e a tudo a vida tira.
8.
Diz o rei: “- Abaixo o povo!” Diz o povo: “- Abaixo o rei!” Lá vem D. Fuas de novo fazer respeitar a lei. Traz uma trança comprida, toda atada em noz moscada. Grita: “- Antes nós do que nada… Quem puder que salve a vida!” E os lobos que andam à solta toda a noite a dar ao dente descem da serra e na volta comem os olhos à gente. “- Porra, porra, meu senhor…” queixa-se um velho criado. “Sempre a pedir por favor! Sempre a dizer obrigado!” E o amo que usava venda na vista esquerda, coitado! vendeu depois a fazenda os cavalos e o criado. E um pobre que passa à porta pede um pedaço de pão. Dizem-lhe: “- A coisa está torta. Não se pode ser patrão!”
9.
«(...) The bards may go down to the place of their slumbers, The lyre of the charmer be hushed in the grave, But far in the future the power of their numbers Shall kindle the hearts of our faithful and brave, It will waken an echo in souls deep and lonely, Like voices of reeds by the summer breeze fanned; It will call up a spirit for freedom, when only Her breathings are heard in the songs of our land. (...)»
10.
trop vieux 02:03
11.
Poema (1964) Harold Pinter (tradução de Pedro Marques) Sempre onde tu estás Naquilo que faço Viras-te agarras os braços Toco-te onde te viras O teu olhar nos meus olhos Viro-me para tocar nos teus braços Agarras o meu tocar em ti Toco-te para te ter de ti A única forma do teu olhar Viro o teu rosto para mim Sempre onde tu estás Toco-te para te amar olho para os teus olhos.
12.
13.
viva a vaca 02:43
Viva a vaca (para jean dubuffet com amizade e afecto) o mecanismo do pensamento do homem é brutalmente falso; viva a vaca, viva a vaca, viva a vaca e o sapo. eles nomeiam as coisas eles sopesam-nas. esse é o seu grande defeito: viva a vaca, viva a vaca, viva a vaca e o sapo.
14.
o infinito 02:14
15.
Contorno a mesa onde me sento e nela escrevo longas frases de alegria Melhor diria ternura nestes dias em que viver alegre é quase afronta Foi junto à mesa que primeiro conheci teu corpo verde e castanho desse tempo e nele escrevo longas frases de alegria Contorno alegre neste tempo quase afronta É junto à mesa castanha do teu corpo nestes longos dias que contorno e onde me sento que longas frases de alegria desse tempo ajudam este viver que é quase afronta
16.
O que deixei por ti Deixei por ti meus bosques e perdida alameda, meus cahorros amados, e os meus fulcrais anos desterrados até quase ao inverno desta vida. Deixei um tremor, deixei uma ferida, um resplendor de fogos apagados, deixei minha sombra nos desesperados olhos que sangravam da despedida. Deixei as pombas tristes junto ao rio, cavalos sobre o sol dessas arenas, não mais o cheiro a mar, não mais te ver. Deixei o que era meu em desvario. Dá-me tu, Roma, em troca destas penas, Tanto como deixei para te ver.
17.
O FUTURO OUTRORA g; Livre é o dom nas mãos do mundo: a alegria. Nunca saberás dizer como se move sobre as águas a verdade ─ a verdade que dança no teu corpo ─ e no seu teatro sopra as almas como o vento as telas Mas para que uma última vez possas dançar podemos, sim, pôr aqui o fogo e a árvore da música: a vibração da sua haste comunica-se; E o mundo estremece: a vibração do mundo; quando não estamos a olhar.
18.
«Está na natureza de uma ideia ser comunicada, escrita, falada e posta em prática. A ideia é como a relva. Anseia por luz, gosta de multidões, prospera na mestiçagem, cresce melhor quando é pisada.»
19.
«Life is fine» I went down to the river, I set down on the bank. I tried to think but couldn't, So I jumped in and sank. I came up once and hollered! I came up twice and cried! If that water hadn't a-been so cold I might've sunk and died. But it was Cold in that water! It was cold! I took the elevator Sixteen floors above the ground. I thought about my baby And thought I would jump down. I stood there and I hollered! I stood there and I cried! If it hadn't a-been so high I might've jumped and died. But it was High up there! It was high! So since I'm still here livin', I guess I will live on. I could've died for love— But for livin' I was born Though you may hear me holler, And you may see me cry— I'll be dogged, sweet baby, If you gonna see me die. Life is fine! Fine as wine! Life is fine!
20.
vulgar melodia que me bates à porta vulgar interrompes pensamentos altos da mesa e do lume solta-se o requinte fugidia graça da beleza ímpar entre o ritmo esquivo entre a chama fria mãos frementes de éter só de filigrana sopro mastigado de terrores alheios arrepios alheios de histéricos passos jaz ausente o sol de um feijão guisado e a saúde grave de umas coxas duras vulgar melodia que fremes nos vidros na véspera uivante é por ti que espero e contigo o travo carinhoso doloroso travo criador das coisas vulgares
21.
na música 03:24
Pensas que não te pertenço sempre que pensas em mim Porque não pensas que penso que tu não pensas assim Há muito tempo que espero que queiras e tu não queres Quando queiras o que quero quererei tudo o que quiseres Na música tal encanto eu encontro, que a meu ver só o amor dirá tanto quanto ela sabe dizer
22.
Don’t let anything knock your props out from under you Always keep your mind clear, let your plans come out of mistakes These are the plans and nothing can tear down Made out of things that have already been torn down Whatever you do, wherever you go Don’t lose your grip on life and that means Don’t let any earthy calamity knock your dreamer and your hoping machine .. Music is the language of the mind that travels Carries the key to the laws of time and space Lonesome train whistling down the silent wail of wind Life is the sound, creation has been a song Whatever you do, wherever you go Don’t lose your grip on life and that means Don’t let any earthy calamity knock your dreamer and your hoping machine. Out of order, out of order, out of order… Quick to manufacture their schemes and ideas Faster than any turn a tide can wash you out Word is the music and the people are the song Tomorrows chances feel like a singing god Whatever you do, wherever you go Don’t lose your grip on life and that means Don’t let any earthy calamity knock your dreamer and your hoping machine. Out of order, out of order, out of order…

about

Quando não temos palavras... usamos palavras de outros.

credits

released May 1, 2023

letras dos autores indicados
música de pedro e pedro - 2022/23

1 de repente * cecília costa (autocolante 25 de Abril)
2 hope * fernando pessoa
3 para um rato * robert burns
4 tolos * william morris
5 melros * rui zanzibar
6 it is our task * karl marx
7 epílogo dos homens de ciência * bertolt brecht
8 diz o rei (rimanço do país das uvas) * joaquim pessoa
9 songs of our land * frances bowne
10 trop vieux * eugène pottier
11 sempre onde tu estás * harold pinter
12 virar a página * william morris
13 viva a vaca * kay sage
14 o infinito * auguste blanqui
15 contorno a mesa onde me sento * eduardo guerra carneiro
16 o que deixei por ti * rafael alberti
17 o futuro outrora (g;) * manuel gusmão
18 a ideia é como a relva * ursula k. le guin
19 dream blues * langston hughes
20 vulgar melodia * mário dionísio
21 na música * antónio aleixo
22 hoping machine * woody guthrie

músicas de pedro e pedro

traduções de joão rodrigues (3, 13, 16), paulo quintela (7), pedro rodrigues (4, 12, 14) e fernanda semedo (18)

dez 2022

license

tags

about

pedro e pedro Lisbon, Portugal

Pedro&Pedro começou com o projecto «365 - uma canção por dia», realizado entre julho de 2015 e junho de 2016. O Pedro Rodrigues já fazia música antes e continuou a criar canções e outras coisas sonoras consigo próprio desde então. Aqui se encontra de tudo isso. ... more

contact / help

Contact pedro e pedro

Streaming and
Download help

Report this album or account

If you like pedro e pedro, you may also like: